terça-feira, 30 de setembro de 2008

Um momento é o máximo que se pode esperar da perfeição. Só se pode ressuscitar depois do desastre. Liberdade é perder toda a espeança. As coisas que antes lhe pertenciam passam a possuir você. Nada é estático. Até a Mona Lisa está se desintegrando. Às vezes você faz as coisas e acaba se ferrando. Outras, são as coisas que não faz que acabam ferrando você. As operárias são livres/Os zangões também voam/Mas a rainha é escrava. A camisinha é o sapatinho de cristal da nossa geração. Você calça quando conhece uma pessoa. Dança a noite toda e depois joga fora. A camisinha, não a pessoa!
Só depois de perder tudo você vai fazer o que quiser se as pessoas achassem que você ia morrer, davam-lhe toda a atenção, se fossem vê-lo pela última vez, elas realmente o viam. Ela pode morrer a qualquer momento. A tragédia da sua vida é que não morre. Só destruindo a mim mesmo vou descobrir a força superior do meu espírito. Você não é o que faz para viver. Você não é a sua família e não é quem pensa que é.
Você não é o seu nome.Você não é os seus problemas. Você não é a idade que tem. Você não é suas esperanças. Nossa geração não viveu uma grande guerra ou uma grande depressão, mas nós sim, nós vivemos uma grande guerra espiritual. A grande depressão é a nossa vida. Somos os filhos do meio da história e fomos ensinados pela televisão a acreditar que um dia seremos milionários, astros de cinema e do rock, mas é mentira. Tudo o que você mais ama o rejeitará ou morrerá. Tudo o que você já criou será jogado fora.Tudo de que você mais se orgulha terminará em lixo. Sou Ozymandias, o rei dos reis.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

La Faute à Fidel

Um bom filme, uma bela companhia... Um domingo sublime!

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Ao contrário do que parece, este não é um filme sobre como é terrível ser filho de comunistas. É muito mais a história bonita e cômica sobre os passos dados por uma criança desde a repulsa à militância dos pais até sua conscientização sobre o coletivo.

Um dos grandes méritos estéticos do filme é enxergar tudo pelos olhos da criança Anna. A câmera está sempre na altura de seu olhar. As passeatas são multidões de pernas. E é a partir de uma pequena fábula ou metáfora contada por um dos ‘barbudos’, sobre a divisão de uma laranja (ou da riqueza) em partes iguais, que Anna começa a compreender todas aquelas mudanças. A cena se remete à primeira do filme, em que Anna tenta, sem sucesso, ensinar seus priminhos da alta classe a cortar uma laranja e comê-la com garfo e faca. Mas já não é a mesma laranja, ela agora é dividida.

De fato, para os filhos de pais e mães militantes pode parecer um pouco invasivo ver a casa sempre ocupada por reuniões, jornais e panfletos. Podem parecer contraditórias a educação de dentro da casa e a do colégio. E pode ser duro entender o que é o mundo capitalista aos nove anos de idade. Mas perceber as contradições do mundo tão cedo é um privilégio que se carrega para a vida, algo que o filme de Julie Gavras conclui sem palavras nas últimas duas cenas. E alguns usam este privilégio para dar continuidade às lutas que eram e são de seus pais.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O segredo da felicidade é apenas criar seu(s) próprio(s) universo(s) particular(es) no qual a gente se sinta importante e bem sucedido. Pense nos teus amigos felizes, e não é difícil imaginar que tipo de universo pessoal eles criaram. Claro, esses nossos universos particulares não devem entrar em choque com outros universos que poderiam mostrar a irrealidade ou a futilidade daqueles que nós criamos...

Tenho 24 anos e tento fazer as últimas tentativas de realizar tudo o que não consegui fazer antes, por minha culpa. Sofro pelo que não vivi, mas também sofro por tudo o que vivi mas não conseguirei viver de novo... Não é que seja ingrato... eu simplesmente gostaria de poder viver as coisas e poder continuar a vivê-las depois... acho que isto não é pedir muito...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Será que (dentro de certos limites) não haveria um mínimo de momentos felizes a serem necessariamente sentidos em um dado período de tempo ? Por exemplo, será que ao longo de, digamos, 3 meses, não haveria inevitavelmente alguns momentos bons, por uma simples questão bioquímica ? Tal como não há sono sem sonho, haveria momentos de escape também quando estamos acordados. Se a realidade dá momentos propícios, somos felizes neles. Se não, a nossa forma de perceber a realidade se alteraria para termos um mínimo de momentos bons mesmo em épocas ruins.
Ou seja, eu avaliaria a felicidade de curto prazo (a última semana, o dia em que estou, etc) com base no meu estado (alegre, deprimido, etc) momentâneo, e não com base na felicidade real que eu vivi no período.

A felicidade poderia ser entendida como o "somatório das felicidades instantâneas" (algo semelhante a uma derivada). Quanto mais próximas entre si as avaliações instantâneas, maior a precisão. Mas, mesmo nesse caso, onde entram os sonhos que tive dormindo e não recordei ao acordar ? Fazem parte do somatório da felicidade ?

03: 27h de hj

Tocou numa rádio local... Nossa a vida às vezes parece tão bela, e entorpecente!