sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Cético


... ando meio assim...
de passo amargo com nariz contra o vento e com olhosfechados.
Bem intranquilo e com o respiro contado.
E quando penso em quanta ternura havia... sinto um peso nas pálpebrase são só três segundos para o quedar.
Depois, a sombra.
Colho nas ruas o farelo de todos os desterrose também o farejo dos meus amar-gores.
E ainda a imundície sem fim da condição humana.
Cético... sonhador... desertor... já não sei.
A noite já não possui cores.
E calo mordendo a voz, ceticamente.

Autor: Rafael Carvalho

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