terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Stellet Licht

Uma fotografia extraordinária e fé no poder do cinema fazem do último filme do realizador Mexicano, Carlos Reygadas, uma obrigação para os afeiçoados do filme de arte. O filme demonstra uma maturidade de visão espantosa neste conto hipnotizante de amor e de traição que tem como pano de fundo a comunidade pastoral menonita do norte do México.

Luz Silenciosa é uma meditação bela, rígida e cismada sobre uma crise de fé de um homem. Johan é um agricultor simples, marido e pai de rosto aberto e descomplicado que, contra as leis da sua religião, se apaixonou por outra mulher.

Reygadas está tão fascinado pelos ritmos mundanos de uma vida tão próxima da terra como pelo triângulo amoroso. Quando Johan e a sua mulher finalmente se confrontam sobre o caso, o efeito dramático é devastador. O filme requer um investimento por parte dos espectadores que é mais do que compensado.

Desde a cena de abertura, sabe-se que tem pela frente uma coisa diferente. A filmagem langorosa do nascer do dia por cima da planície mexicana dá-lhe uma pista que esta história, sobre um amor proibido numa comunidade religiosa rural, não tem pressa para ir a lado nenhum. Mas depois de algumas cenas dolorosamente lentas, dá por si numa velocidade mental capaz de igualar o filme – e começa a apreciar estranhamente a experiência.

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