Paranoid Park é, para Alex, um lugar de transgressão, onde os outsiders se reúnem para deslizar no vácuo. Na visão estreita de um garoto de Portland, a pista maldita é indício de um mundo alternativo cuja existência ele intui, observa, mas tem preguiça de investigar. Ali vai ser também o lugar de sua perdição na noite em que decide acompanhar um transgressor contumaz. Um golpe instintivo com o skate, uma morte horrível e uma primeira tentativa de jogar tudo para debaixo do tapete da indiferença. Mas a realidade vai no seu encalço.
A mim parece que é o filme do isolamento e da violência, do desligamento e da solidão. É verdade nos longos planos sequência na escola, nos subúrbios ”normais“ e nos subúrbios ”underground“, na desagregação social e no silêncio das conversas. Existe redenção? Alex deita-se no chão em frente a sua casa, esperando que a vida melhore, olhando apenas as nuvens, esperando que a sua amiga borbulhenta e ”alternativa“ o puxe de bicicleta como se fossem apenas de novo crianças sem uma única preocupação séria no mundo.
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