Mal compreendido, vítima de pedras e comentários maldosos, Salò sempre será como um livro de Sade, que divide multidões. Despertando a ira em uns, excitação em outros, e a indiferença em ninguém. Até mesmo pessoas mais esclarescidas sentiram-se desconfortáveis e sem saber como explicar tudo aquilo acabam apelando para conceitos mais fáceis como "filme de mal-gosto" ou até "devaneios homossexuais". O fato é que nenhum outro filme foi tão fiel à obra do Marquês de Sade, mesmo sendo adaptado, do que Salò, e é claro, desperta os mesmos sentimentos que ela. E infelizmente, mesmo depois de centenas de anos, ainda ficará reservada a pouco que se dedicam a entendê-la ou pelo menos aceitá-la.
*Pasolini não viu a estréia do filme, no festival de Paris em 22 de novembro de 1975. Foi assassinado brutalmente vinte dias antes, em 2 de novembro, em uma emboscada na praia de Óstia, próxima a Roma.
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