sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Um desespero prende meus pés e crava garras em meu ventre e dói em mim uma dor de expulsão, uma dor de parir um rio de pedras e lâminas. Não há mais cômodo em minhas entranhas para esse tanto de anzóis e berços, esse ofício de flagelo e ânsia. Te ponho à boca meu último naco de carne, te limpo os olhos com os lábios ungidos de todos os beijos, suplico que me livres do jugo dos meus pesares e teu sorriso sempre bordado de pêsames me arremessa contra a matilha faminta da loucura.

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